quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

 















Qual o melhor tratamento para o diabetes?

Frequentemente ouço essa pergunta. E a resposta é complexa, porém, otimista, se você compreender a dinâmica do distúrbio e de que forma VOCÊ pode ser o PRINCIPAL AGENTE de mudança e consequente controle ou até mesmo reversão nesse quadro.

Se não for mais possível reverter, no mínimo você pode manter sua hiperglicemia controlada, com o mínimo de intervenção medicamentosa.

Mas como isso é possível?

Bom, primeiro vou te falar brevemente sobre o diabetes tipo II e sua dinâmica (fisiopatologia).
A DM II é considerada uma doença ou distúrbio metabólico, o que significa dizer que não é desencadeada por um único fator, e sim por vários fatores que se interligam e contribuem para o surgimento dessa e de outras doenças do metabolismo, como hipertensão, obesidade, doença mitocondrial e câncer.
Sua fisiopatologia está relacionada primeiramente com a ação da insulina e posteriormente, na evolução da doença, à deficiência de sua produção.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), DM é o terceiro fator da causa de mortalidade prematura, sendo superada apenas por hipertensão arterial e o tabagismo. A estimativa é que 46% dos adultos com DM não possui diagnóstico precoce e 83,8% dos casos estão concentrados nos países em desenvolvimento. É uma doença silenciosa, e pesquisas demonstram que seu desenvolvimento inicia em média, de 10 a 12 anos antes do diagnóstico.

A boa notícia é que quando é dado o diagnóstico, o paciente, na maioria das vezes, ainda tem 50% de atividade da porção endógena do pâncreas, onde se encontram as células produtoras do hormônio insulínico. Ou seja, o indivíduo ainda possui 50% de capacidade de produção da insulina. Então o que acontece? Porque os níveis de açúcar ficam tão altos?
 
O que vai determinar o sucesso na reparação total ou parcial do funcionamento dessas células será a postura que você irá adotar referente a rotinas diárias na sua vida, que incluem mudança nos hábitos alimentares, prática de atividades física e gerenciamento do estresse. 

Nenhum medicamento disponível no mercado é capaz de reverter o diabetes, eles apenas controlam a taxa de glicose livre no sangue. Muitos desses medicamentos, inclusive, podem comprometer outras funções orgânicas como a renal e insuficiência cardíaca, especialmente em pessoas que já possuem problemas renais ou cardíacos.
Segundo o FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, divulgou recentemente alerta sobre medicamentos que têm, como princípio ativo, a saxagliptina e a alogliptina. 

Com isso não estou dizendo que você pare de tomar seus medicamentos para diabetes, pois é o seu médico que deverá orientá-lo nesse sentido, reduzindo as quantidades, de acordo com os resultados demonstrados pelos seus exames.

No entanto, quando você modifica seus hábitos alimentares, substituindo alimentos com alto índice glicêmico, alimentos pobres em fibras ou ainda alimentos com alto poder inflamatório, por alimentos funcionais, que irão te proporcionar saciedade ao mesmo tempo que suplementa suas necessidades nutricionais, provendo micro e macronutrientes em quantidades adequadas para as demandas do seu corpo, seu metabolismo começa a ter melhores condições de prover suas necessidades energéticas. Você fica mais disposto, menos estressado e principalmente, menos inflamado. Lembrando que boa parte dessa inflamação celular ocorre no seu intestino, levando à disbiose (proliferando o número da microbiota patogênica em detrimento da microbiota benéfica e necessária para a boa absorção de nutrientes e síntese de neurotransmissores importantes, como a serotonina).

A suplementação de alguns micronutrientes específicos como zinco, vitamina D, vitamina C e E, magnésio, cromo e vanádio, podem contribuir muito no controle da hiperglicemia. Já alguns fitoterápicos como extrato seco de melão-de-são-caetano (Momordica charantia) ou Jambolão (Syzygium cumini) têm demonstrado em estudos feitos sobre o tratamento da diabetes através da fitoterapia, excelentes resultados no controle da hiperglicemia e na reparação total ou parcial da produção da insulina.

A atividade física é outra importante aliada da alimentação saudável para as pessoas com diabetes,  pois ela 
 estimula um aumento da ação da insulina, aumentando a captação de glicose pelo músculo, diminuindo a glicose circulante  e aumento da sensibilidade celular à insulina. Apenas com a prática de atividade física, muitas vezes, já há uma sensível diminuição da quantidade de medicações hipoglicemiantes, insulina e um melhor controle do diabetes.

Além disso, com a prática de atividade física, você irá oxigenar melhor suas células e reduzir o estresse oxidativo gerado pela fadiga das mitocôndrias (organelas celulares responsáveis pela produção energética do nosso organismo). Sua capacidade cardio-respiratória melhora e suas adrenais trabalham de forma mais equilibrada, reduzindo a liberação de cortisol (hormônio do estresse), otimiza a produção de melatonina e serotonina, o que contribui para uma melhora na qualidade e quantidade do sono e do humor. 

E por fim, e não menos importante, temos o gerenciamento do estresse. Quanto mais estressado estamos, mais cortisol produzimos e quanto mais cortisol, mais gordura acumulamos e menos eficiente se tornará a ação da insulina, o que nos levará à resistência insulínica, também conhecida como o pré-diabetes. Assim, é importante que você aprenda a respirar. Isso mesmo, RESPIRAR! Quando você respira corretamente, você se reequilibra energeticamente e oxigena melhor suas células, reduz o impacto sobre as glândulas adrenais e produz menos hormônio do estresse. Busque uma atividade que acalme sua mente, como ioga, aula de pintura, música ou outra atividade que baixe o seu ritmo cerebral. Afinal, o cérebro (Eixo Hipotálamo-Hipófise) comanda suas glândulas, todas elas, inclusive o pâncreas.

Então, o melhor tratamento para a Diebetes está alicerçada sobre três pilares:

ALIMENTAÇÃO - ATIVIDADE FÍSICA - GERENCIAMENTO DO ESTRESSE.

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