domingo, 14 de março de 2021

 


Açúcares, vilões ou nem tanto?

 

Embora alguns tipos de açúcares possam ser erroneamente considerados como mais saudáveis,  a frutose tem sido,  nos últimos anos, apontada como uma vilã para a saúde. Mas realmente ela é pior do que os outros tipos de açúcares?

A frutose tem algumas desvantagens metabólicas em relação à glicose e outros açúcares.

Enquanto a molécula de glicose é “quebrada” e usada para gerar energia celular, o metabolismo da frutose ocorre principalmente no fígado, onde a frutose é rapidamente convertida em gordura, na forma de triglicerídeos, quando consumida em grandes quantidades.

Assim, um acúmulo de gordura no fígado pode levar ainda a uma condição metabólica perigosa chamada doença hepática gordurosa não-alcóolica, popularmente conhecida por esteatose hepática.

Além disso, a frutose contribui para a ocorrência da resistência insulínica, incapacidade do organismo de produzir a quantidade de insulina necessária para a manutenção do seu metabolismo normal,  e a longo prazo, pode também pode contribuir para o surgimento do diabetes tipo II, uma doença metabólica, devido ao acúmulo de gordura (triglicerídeos) no fígado.      

Caso o paciente já seja diabético, o consumo de frutose regularmente irá aumentar o acúmulo de gordura no fígado e no organismo, contribuindo para o surgimento de outro transtorno metabólico, a dislipidemia, doença metabólica causada pelo aumento disfuncional do colesterol e triglicerídeos, que a médio prazo poderá desencadear hipertensão e cardiopatia. A soma dessas desses transtornos metabólicos caracterizam o transtorno plurimetabólico.

“Além disso, a frutose estimula a produção de ácido úrico, fazendo com que os níveis sanguíneos aumentem, ”

Muito ácido úrico leva à formação de cristais de ácido úrico nas articulações, causando dor, causando um tipo de artrite chamado gota.

Entretanto, apesar da frutose apresentar todas essas ações “não tão boas” no organismo, as frutas e o mel, ricos em frutose, quando consumidos com cautela, apresentam importante valor nutricional, especialmente as frutas, ricas em fibras e vitaminas e fundamentais na nossa dieta.

A restrição moderada deve ser a palavra de ordem em relação aos açúcares em geral, mas quando o paciente já apresenta qualquer umas das condições metabólicas, como diabetes tipo II, hipertensão, obesidade ou cardiopatias, ele deve ser muito cauteloso no consumo da frutose e demais açúcares.

Segundo Dr. Frank Hu, presidente do Departamento de Nutrição da Harvard T.H. Escola Chan de Saúde pública:

(...) Bioquimicamente suas moléculas são as mesmas, independente de qual fonte proceda: não importa se vem das frutas, do mel, do xarope de milho ou de alguma embalagem de açúcar qualquer que compramos no mercado.

A grande questão quanto ao consumo de açúcar está na forma como fazemos. Os açúcares naturais contidos nas frutas, legumes ou grãos são digeridos de forma diferente dos açúcares que são adicionados aos alimentos.

Quando adicionados,  os açúcares passam a fazer parte de “um pacote” que inclui outras substâncias como fibras, proteínas e lipídios. Quando você come açúcar junto com esses outros componentes, seu corpo absorve e metaboliza de forma mais lenta, de modo que o aumento do açúcar na corrente sanguínea levará mais tempo, já que o seu organismo terá que digerir os demais nutrientes presentes.

Por outro lado, quando você ingere uma bebida contendo açúcar adicionado, a absorção desse açúcar será rápida, elevando rapidamente o açúcar no sangue.

Portanto, o consumo de refrigerantes, sucos de caixinhas e similares, cuja adição de açúcar é muito grande, é a pior maneira de consumir açúcar, já que  a sua rápida absorção no organismo levará a um rápido e acentuado aumento de açúcar no sangue.

A médio e longo prazo o organismo poderá desenvolver resistência insulínica, condição precursora de diversos transtornos metabólicos como já mencionei anteriormente.

 

Fonte: https://www.health.harvard.edu/newsletters/harvard_womens_health_watch

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

 















Qual o melhor tratamento para o diabetes?

Frequentemente ouço essa pergunta. E a resposta é complexa, porém, otimista, se você compreender a dinâmica do distúrbio e de que forma VOCÊ pode ser o PRINCIPAL AGENTE de mudança e consequente controle ou até mesmo reversão nesse quadro.

Se não for mais possível reverter, no mínimo você pode manter sua hiperglicemia controlada, com o mínimo de intervenção medicamentosa.

Mas como isso é possível?

Bom, primeiro vou te falar brevemente sobre o diabetes tipo II e sua dinâmica (fisiopatologia).
A DM II é considerada uma doença ou distúrbio metabólico, o que significa dizer que não é desencadeada por um único fator, e sim por vários fatores que se interligam e contribuem para o surgimento dessa e de outras doenças do metabolismo, como hipertensão, obesidade, doença mitocondrial e câncer.
Sua fisiopatologia está relacionada primeiramente com a ação da insulina e posteriormente, na evolução da doença, à deficiência de sua produção.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), DM é o terceiro fator da causa de mortalidade prematura, sendo superada apenas por hipertensão arterial e o tabagismo. A estimativa é que 46% dos adultos com DM não possui diagnóstico precoce e 83,8% dos casos estão concentrados nos países em desenvolvimento. É uma doença silenciosa, e pesquisas demonstram que seu desenvolvimento inicia em média, de 10 a 12 anos antes do diagnóstico.

A boa notícia é que quando é dado o diagnóstico, o paciente, na maioria das vezes, ainda tem 50% de atividade da porção endógena do pâncreas, onde se encontram as células produtoras do hormônio insulínico. Ou seja, o indivíduo ainda possui 50% de capacidade de produção da insulina. Então o que acontece? Porque os níveis de açúcar ficam tão altos?
 
O que vai determinar o sucesso na reparação total ou parcial do funcionamento dessas células será a postura que você irá adotar referente a rotinas diárias na sua vida, que incluem mudança nos hábitos alimentares, prática de atividades física e gerenciamento do estresse. 

Nenhum medicamento disponível no mercado é capaz de reverter o diabetes, eles apenas controlam a taxa de glicose livre no sangue. Muitos desses medicamentos, inclusive, podem comprometer outras funções orgânicas como a renal e insuficiência cardíaca, especialmente em pessoas que já possuem problemas renais ou cardíacos.
Segundo o FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, divulgou recentemente alerta sobre medicamentos que têm, como princípio ativo, a saxagliptina e a alogliptina. 

Com isso não estou dizendo que você pare de tomar seus medicamentos para diabetes, pois é o seu médico que deverá orientá-lo nesse sentido, reduzindo as quantidades, de acordo com os resultados demonstrados pelos seus exames.

No entanto, quando você modifica seus hábitos alimentares, substituindo alimentos com alto índice glicêmico, alimentos pobres em fibras ou ainda alimentos com alto poder inflamatório, por alimentos funcionais, que irão te proporcionar saciedade ao mesmo tempo que suplementa suas necessidades nutricionais, provendo micro e macronutrientes em quantidades adequadas para as demandas do seu corpo, seu metabolismo começa a ter melhores condições de prover suas necessidades energéticas. Você fica mais disposto, menos estressado e principalmente, menos inflamado. Lembrando que boa parte dessa inflamação celular ocorre no seu intestino, levando à disbiose (proliferando o número da microbiota patogênica em detrimento da microbiota benéfica e necessária para a boa absorção de nutrientes e síntese de neurotransmissores importantes, como a serotonina).

A suplementação de alguns micronutrientes específicos como zinco, vitamina D, vitamina C e E, magnésio, cromo e vanádio, podem contribuir muito no controle da hiperglicemia. Já alguns fitoterápicos como extrato seco de melão-de-são-caetano (Momordica charantia) ou Jambolão (Syzygium cumini) têm demonstrado em estudos feitos sobre o tratamento da diabetes através da fitoterapia, excelentes resultados no controle da hiperglicemia e na reparação total ou parcial da produção da insulina.

A atividade física é outra importante aliada da alimentação saudável para as pessoas com diabetes,  pois ela 
 estimula um aumento da ação da insulina, aumentando a captação de glicose pelo músculo, diminuindo a glicose circulante  e aumento da sensibilidade celular à insulina. Apenas com a prática de atividade física, muitas vezes, já há uma sensível diminuição da quantidade de medicações hipoglicemiantes, insulina e um melhor controle do diabetes.

Além disso, com a prática de atividade física, você irá oxigenar melhor suas células e reduzir o estresse oxidativo gerado pela fadiga das mitocôndrias (organelas celulares responsáveis pela produção energética do nosso organismo). Sua capacidade cardio-respiratória melhora e suas adrenais trabalham de forma mais equilibrada, reduzindo a liberação de cortisol (hormônio do estresse), otimiza a produção de melatonina e serotonina, o que contribui para uma melhora na qualidade e quantidade do sono e do humor. 

E por fim, e não menos importante, temos o gerenciamento do estresse. Quanto mais estressado estamos, mais cortisol produzimos e quanto mais cortisol, mais gordura acumulamos e menos eficiente se tornará a ação da insulina, o que nos levará à resistência insulínica, também conhecida como o pré-diabetes. Assim, é importante que você aprenda a respirar. Isso mesmo, RESPIRAR! Quando você respira corretamente, você se reequilibra energeticamente e oxigena melhor suas células, reduz o impacto sobre as glândulas adrenais e produz menos hormônio do estresse. Busque uma atividade que acalme sua mente, como ioga, aula de pintura, música ou outra atividade que baixe o seu ritmo cerebral. Afinal, o cérebro (Eixo Hipotálamo-Hipófise) comanda suas glândulas, todas elas, inclusive o pâncreas.

Então, o melhor tratamento para a Diebetes está alicerçada sobre três pilares:

ALIMENTAÇÃO - ATIVIDADE FÍSICA - GERENCIAMENTO DO ESTRESSE.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Mioma uterino e as formas alternativas de tratamento


mioma uterino é uma desorganização celular do epitélio do endométrio. É uma ocorrência exclusiva do ser humano, nenhuma outra espécie, dentre os primatas desenvolvem miomas.
Os miomas são os tumores benignos mais comuns do aparelho reprodutor feminino e podem ser encontrados através de ultrassonografia em média, entre 50% e 60% das mulheres em idade entre os 48 e 60 anos de idade.
Já em mulheres em idade fértil, o percentual de ocorrência está entre 20 e 40%, e é a indicação mais comum para a histerectomia e miomectomia.
No que diz respeito à infertilidade, os miomas estão associados à infertilidade em 2% a 5% dos casos de infertilidade.
A ocorrência dos miomas podem reduzir a capacidade fértil da mulher pela oclusão proximal do tubo de Falópio(trompas)  ou contrações uterinas disfuncionais , que podem prejudicar o transporte do espermatozoide ou do óvulo e subsequente processo de nidação (implantação do óvulo fecundado-embrião, no útero).
O fracasso da nidação também pode estar associado a um comprometimento vascular, à secreção de substâncias vasoativas, inflamação endometrial presente ou atrofia ou dilatação venosa do endométrio sobrejacente ou oposto à ocorrência de um mioma.
A origem de tal desorganização celular não está completamente elucidada. Mas estudos mostram que alguns fatores podem ser protagonistas no seu desencadeamento, como pré-disposição familiar, algumas doenças ginecológicas, ingesta regular de alguns alimentos, entre outros.


Outras Possibilidades de tratamento não cirúrgico/medicamentoso

A outra possibilidade de tratamento dos miomas, onde pode-se conseguir uma resposta satisfatória no que diz respeito à redução de tamanho do mioma e de suas implicações no corpo da mulher, relaciona-se com a integração de algumas técnicas de tratamento, como acupuntura e fitoterapia chinesa,  ortomolecular e ozonioterapia.
acupuntura e a fitoterapia chinesa  trabalha os fatores mais energéticos que desencadeiam bloqueios energéticos e emocionais que envolvem a psiquê, bem como a melhora no funcionamento uterino de quem tem mioma. 

De acordo com os princípios da medicina tradicional chinesa, a circulação adequada de sangue e Qi é vital para a saúde. Quando a circulação se torna bloqueada, disfunções podem ocorrer. A energia Qi pode ser bloqueada por várias razões diferentes de qual o mais comum é o estresse emocional. Fatores patogênicos externos, como frio, vento, calor, umidade e toxinas também podem bloquear o fluxo suave do Qi. O Qi ajuda o sangue a circular e quando o Qi fica estagnado, o sangue geralmente o segue. Então a estagnação do sangue leva a massas e coágulos, como os miomas uterinos. Os sintomas do Qi e da estagnação do sangue são: edema abdominal, ciclo menstrual longo, sangramento e coágulos em quantidade, cãibras, irritabilidade, mama e outros.

A literatura médica chinesa já há algum tempo vem  demonstrando o sucesso do tratamento com acupuntura do mioma uterino em termos de redução do tamanho do tumor e ausência de hipermenorreia e anemia com sucesso. 
Consequentemente, o tratamento com acupuntura pode ser usado como uma opção terapêutica barata, eficiente e simples no manejo de tipos particulares de mioma.


A acupuntura, e especialmente a eletro-acupuntura (micro corrente elétrica adicionada às agulhas através de um equipamento específico), tem um impacto profundo e significativo nos sintomas dos miomas, que muitas vezes já podem ser percebidos após a 1ª sessão, como a redução imediata da dor e a redução do processo inflamatório.
Alguns dos motivos para a eletroacupuntura (EA) é o fato de 
causar uma inundação de um tipo de células-tronco adultas,  as células-tronco mesenquimais, que os pesquisadores acreditam ser a razão pela qual a eletroacupuntura promove a cura e também o alívio da sensação dolorosa.

A ação da acupuntura no tratamento do mioma

O estímulo das agulhas de acupuntura alcançam áreas do encéfalo mais elevadas, como a hipófise, afetando o funcionamento das glândulas supra-renais e tireoide, dos ovários e dos testículos. Por isso tem ação terapêutica nos casos de dismenorreia, tensão pré-menstrual, miomas, endometriose, libido e outras disfunções.
A ação da acupuntura pode estimular ou inibir a ação de estruturas como a formação reticular, hipotálamo, sistema límbico e áreas corticais.

A suplementação ortomolecular repõe e otimiza a absorção dos nutrientes importantes para aumentar e melhorar a oxigenação e irrigação uterina, bem como melhorar o funcionamento do metabolismo como um todo.
Já o uso de ozônio participará de forma decisiva na manutenção e ativação do sistema antioxidante do próprio organismo, na inflamação e na capacidade de regeneração celular uterina.